se cada depois não se demorasse
em tantos antes se cada antes e c
ada moço não se fizesse de tanta
falha e tanto fosso imagina só ne
nhum porém, nenhum talvez ape
nas ir e se deixar ir adiante conte
nte até feliz até um sorriso de mo
strar os dentes. imagina se cada
véspera e cada ajuste se tornas
sem também um pouco verdade
se cada eternidade encontrasse
seu fim de espera as janelas ab
ertas a porta aberta o coração t
ranquilo. cuida, que o gato foge.
10 de fev. de 2020
para o Caio:
te sinto menino quando te toco
com as pontas dos dedos
faz verão quando me aninho
nos teus cabelos - há quantos
anos e por quantos ainda nos
perderemos em palavras? por
quanto tempo a literatura - essa
velha avara - nos manterá
unidos? guardo comigo um
sorriso e dois punhados de
lágrimas, que planto num vaso
colorido à espera de que brotem
e façam logo chegar a primavera
e tu com ela, e eu contigo.
te sinto menino quando te toco
com as pontas dos dedos
faz verão quando me aninho
nos teus cabelos - há quantos
anos e por quantos ainda nos
perderemos em palavras? por
quanto tempo a literatura - essa
velha avara - nos manterá
unidos? guardo comigo um
sorriso e dois punhados de
lágrimas, que planto num vaso
colorido à espera de que brotem
e façam logo chegar a primavera
e tu com ela, e eu contigo.
mariana me diz que não é
possível definir o que é e
não amor, ou se sabemos
quando amamos de verdade
digo a ela que amar é isso
de conhecer e sentir-se co-
nhecido - acaso não seja
apenas costume ou vício
como cachaça ou tabagismo,
droga tão forte que provoque,
derrote e derreta os sentidos
a ponto de que imaginar o toque
seja tão dolorido como insistir em
lembrar o que se quer esquecido.
possível definir o que é e
não amor, ou se sabemos
quando amamos de verdade
digo a ela que amar é isso
de conhecer e sentir-se co-
nhecido - acaso não seja
apenas costume ou vício
como cachaça ou tabagismo,
droga tão forte que provoque,
derrote e derreta os sentidos
a ponto de que imaginar o toque
seja tão dolorido como insistir em
lembrar o que se quer esquecido.
talvez se fôssemos britânicos
nos 80 nos drogássemos de
heroína porque não teríamos
as canções e a esperança de
um brasil recém liberto.
talvez se te encontrasse na rua
e declamasse rimbaud como
quem tira um pedaço de carne
dos dentes me desses a atenção
que eu não mereço.
afinal, poesia é coisa de des-
graçados, e não adianta recl-
amar muito porque os dias,
os dias passam sempre tão
depressa
: há entrelinhas nas entrelinhas
e só leremos palavras feitas
quando
desfolharmos completamente
os cadernos em
que nos escrevemos.
nos 80 nos drogássemos de
heroína porque não teríamos
as canções e a esperança de
um brasil recém liberto.
talvez se te encontrasse na rua
e declamasse rimbaud como
quem tira um pedaço de carne
dos dentes me desses a atenção
que eu não mereço.
afinal, poesia é coisa de des-
graçados, e não adianta recl-
amar muito porque os dias,
os dias passam sempre tão
depressa
: há entrelinhas nas entrelinhas
e só leremos palavras feitas
quando
desfolharmos completamente
os cadernos em
que nos escrevemos.
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