20 de jun. de 2009

Cinco poemas calados.

LAMPEJO #13

Tem um grito surdo
que sai do meu estômago
e me diz que a vida é bonita.
Sabe como é?


LAMPEJO #14

— E o que eu escrevo aqui?
— Não escreve nada, vai.
— Mas ela quer saber.
— Então diz que eu sou confuso e fiquei ainda mais confuso por ela ser tão brilhante.
— E...?
— E que eu tenho medo de me apaixonar.
— (...)
— E que não quero sofrer e essa coisa toda.
— Tá pegajoso esse email. Muda a pauta.
— Então diz que eu sou viado e pronto!


LAMPEJO #15

— Muda de vida, pô!
— Mas como?, diz chorando.
— Pára de beber desse jeito. Vai se acabar em nada.
— Pára de me encher o saco!, diz entre soluços.
— Por que tu faz isso contigo?
— Porque dói, entende?


LAMPEJO #16

“Tá com medo de mim?”
Eu era casado, na época, e nem por isso tinha do que me arrepender. Deitado no sofá, ela ali do lado. Não foi pelo sexo, foi pela cama quentinha. Dez dias com dor no corpo mastigado. Me comeu direito, aquela puta.



LAMPEJO #17

Minha mãe me dizendo pra eu não ser tão eu quando encontro com mulheres. Pra ser mais normal, não vomitar por aí meus insights*. Minha mãe dizendo, num conselho amigo, que pensando como eu penso não chego a lugar nenhum.
— E essas coisas que tu diz, meu filho, espanta qualquer uma!
Não é de hoje, mãe.

*Mamãe nunca soube o que eram insights, o que torna essa imagem meramente ilustrativa.

Um comentário:

Unknown disse...

que belos lampejos. saudade bateu, vim te ler. te visitar. fica bem. beijo.

já ia avançado o dezembro naquele dois mil e hum já ia também naque le dois mil e vinte os dezembros se mpre têm disso: são somas de térm in...