29 de jan. de 2018

[um poema pra chamar de nosso]

olha
olha aqui
olha olha olha
aqui olha aqui eu

tenho um coelho na
cartola uma carta na
manga eu sei fazer
chover no deserto
eu tenho aqui um
poema grudado
na sola do meu sapato
furado e é por isso
que mantenho os
pés secos os pés secos
pode
chover mais vai ter
que chover mais vai
ter que chover
muito não penseis,
mortais, que estais
a falar com um qualquer
porque eu trago raios nas
mãos asas nos pés mel no
pau cáries nos dentes e o
pulmão cheio de fumaça

sou poeta, direis
eu digo: sou nada mais
que isso.

sou poeta de muitos amigos
preteritorto mal passado indefinido

pé de cabra nunca de breque
de quebra cabaça fruto liberado da árvore do limbo

plageio pra julho janeiro pra já
cobro escanteio -jamais curto- falta pênalti lateral tiro de meta erro tudo!
sempre constantemente me iludo
não perco a fé
ela quem me perdeu

quando nasci um anjo das pernas tortas
veio e me dibre
aqui é o fim do terceiro mundo
quem tiver de sapato ainda não foi atropelado
e quem subir no salto não é tomzé
muito menos torquato

[escrito por mim e pelo querido Pedro Blanco]

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