Se fôssemos proprietários de um mercado de fim de bairro
em que vendêssemos utilidades para além
do arroz-e-feijão
: alvejantes, vassouras, óleo de peroba para
os móveis de madeira,
com um açougue,
uma balança,
uma máquina registradora
(as crianças comprando doces
depois da aula,
os velhos comprando aguardente
antes do almoço),
um letreiro anunciando as promoções
da semana
(o quilo da carne em letras miúdas),
e brinquedos de plástico,
potes de plástico,
acessórios de plástico
(um mundo sem ranhuras),
e baldes e bules
temperos diversos
sal grosso
sal grosso
sal grosso
e foguetes para comemorarem
datas como esta, de Ano Novo,
e um bilhete anunciando
"Estaremos fechados no dia 1o
por motivo de balanço",
e não para trepar, descansar
- adormecer diante da TV -
mas apenas para calcular
o que foi perda,
o que foi ganho,
quanto faltou para
atingirmos a meta
e discutir agressivamente
a meta.
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