26 de mai. de 2020

para Milton Rosendo

a primeira vez que me despedi
do poeta alagoano milton rosendo
filho de estivador, dono de gatos
e leitor de poesia estrangeira
me deparei com seus olhos de
preocupação porque dali
em diante eu estaria sozinho num
rio de janeiro desconhecido onde
encontraria momentos depois outra
poeta, a zona-oestina bruna mitrano.

a segunda vez que me despedi
de milton rosendo, poeta alagoano,
foi numa manhã fresca em feira de
santana dias depois de termos visitado
jorge amado de termos cruzado a ilha
de joão ubaldo e de caminharmos ao
lado de castro alves pelo calçamento
de cachoeira.

na terceira vez que me despedi
do poeta millton rosendo foi entre
lágrimas quase desesperadas numa
tarde quente de santarém sem saber
ou sabendo que naquele choro pulsante
residia já o carinho e a saudade que
devotaria a milton rosendo das alagoas.

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