26 de mai. de 2020

Tiago D. Oliveira, poeta baiano,
te saúdo com estes versos amenos
e inconformados - sei que há muito
não nos falamos, mas sei também

que sabes como os corações dos
poetas se contatam secretamente
entre batimento e outro, verso e outro,
palavra após palavra. venho te dizer

que sinto falta de te olhar nos olhos
(era uma segunda-feira, te lembras?
Milton Rosendo, Nuno Rau, Rubens
da Cunha, Clarissa Macedo, Gabriel

Povoas, Denisson Palumbo e a noite
quente de Salvador). Tiago D. Oliveira,
meu amigo, parece que sinto contigo
a brisa das tardes na Itaparica de

quando João Ubaldo ainda era vivo
(as piadas pesadas contadas aos
meninos). Há quantos anos e por
quantos ainda não será possível

escrever poemas ou lê-los ou recitá-
los? por quanto tempo ainda seremos
observadores atentos de um tempo
que não se vê findo porque interminável?

Tiago D. Oliveira, meu amigo, te escrevo
para dizer que nada vai bem, nada vai
bem, e queria poder fazer isso sorrindo
o riso da esperança, mas nada mais é

possível. nada mais é possível.

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