3 de set. de 2020

(um poema para Felipe Pauluk)

olha felipe, voltei pros trilhos
não te falei porque nem tudo
que se tem pra dizer se diz

embora aquela vez tu tenhas
pegado na minha mão para
atravessar a rua ou os maremotos

todos. te sou agradecido por isso.

vez ou outra penso em te escrever
para te dizer que cada vez que te
leio caio num buraco chamado anos

90

(foi lá que tudo aconteceu, parece
foi lá que nos fizeram, parece
embora saibamos que viemos de

antes).

não sei se alcanço tua cidade para
falar da poesia de samantha da largura
das avenidas da cor da terra das árvores

(faz calor aí? faz frio?)

não sei se alcançaremos o fim de ano
se teus olhos pousarão sobre a praia
se caminharemos a esmo por estas ruas

antigas

como não sei se poderei te mostrar
meu carinho ao pai que é também filho
e dizer felipe, o feijão tá pronto, vem comer.

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