eram dias assim as nuvens beijando
os morros o calor subindo da terra
para virar vapor os meninos planejávamos
descobertas - o amor ou uma pista com
rampas para as bicicletas, dava tudo na
mesma. o sol se põe antes entre as
montanhas e daí o silêncio e daí o riacho
gordo de chuva esbravejando contra
as pedras. daquele incômodo na boca
do estômago a que se chama medo da
vida ou medo do amanhecer ou medo
de mais um dia de amores vãos e pé
no barro - namorávamos bicicletas.
desde então ternura e terror pelo que
é úmido os pés pisando nas poças o
barro encharcando as rodas - e esse
escapar de corrente a canela sempre
contra o pedal - dor aguda de quem
tenta ir em frente.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
já ia avançado o dezembro naquele dois mil e hum já ia também naque le dois mil e vinte os dezembros se mpre têm disso: são somas de térm in...
-
conta tia male que naquele tempo não tinha ceia ou festejos muito acalorados, era uma noite como todas as noites, mas com um copo de leite c...
-
homem, não te culpes se à hora da arrumação das coisas confundires as sacolas: saber o que deve ou não ir fora te exige demasiado, é questão...
-
— E quanto a nós? — É isso, horas. — Isso, só? — Depende. Pode ser muito, até. (Silêncio) — Falo de amor, sabe? — Amor é muito grande pra is...
Nenhum comentário:
Postar um comentário