eram dias assim as nuvens beijando
os morros o calor subindo da terra
para virar vapor os meninos planejávamos
descobertas - o amor ou uma pista com
rampas para as bicicletas, dava tudo na
mesma. o sol se põe antes entre as
montanhas e daí o silêncio e daí o riacho
gordo de chuva esbravejando contra
as pedras. daquele incômodo na boca
do estômago a que se chama medo da
vida ou medo do amanhecer ou medo
de mais um dia de amores vãos e pé
no barro - namorávamos bicicletas.
desde então ternura e terror pelo que
é úmido os pés pisando nas poças o
barro encharcando as rodas - e esse
escapar de corrente a canela sempre
contra o pedal - dor aguda de quem
tenta ir em frente.
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