uma continuidade de rasura
em rasura se faz uma história
(alguém aponte o dedo contra
lutero, o antissemita defensor
de elites; alguém aponte o dedo
contra os filhos de pedro, as luvas
que cobriam as mãos sujas de
pio xii, a cara de santo de joão
paulo). em algum momento lá
atrás, em algum momento antes
de ontem. daí agora anda no
mato saudando os caboclos,
acende vela pras almas, olha no
horizonte e grita Epa babá, meu pai
Odoiá, minha mãezinha. como assim
tem Nanã na mão direita e Iansã
na esquerda? de silêncio violento
se faz uma estirpe, de rasuras
grosseiras se faz um original
: Laroyê, seu Pinga-Fogo, vela
vermelha ante a semana. das
cores todas que se apagam
o amor não é uma delas.
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