9 de set. de 2009

Parabéns.

só pra provocar, eu consigo: pedro do outro lado da porta, há quanto tempo. café na minha primeira casa, a garagem, veio todo mundo, o pai veio também. edward e eu quase morremos de moto no outro ano, caímos na estrada de terra, pura sorte, fosse no asfalto carro passava em cima. a gente sobrevive.

e eu esperava que até o cobrador do ônibus me apertasse a mão e me dissesse parabéns, tudo de bom, felicidades nessa tua vida parca, ele não diria parca, mas devia. feliz ou infelizmente, nem todos guardam as datas, eu mesmo nunca guardo e havia uma data em julho que sempre se confundia e eu não fazia questão de lembrar porque lembrar data na data errada é miséria. talvez fosse agosto.

uma vez por ano, pelo menos, a gente trata de rever a vida e decidir pra onde andar nos próximos dias, eu não sei pra onde ir, então eu vou quando ou como, nem sei. eu sei: não é a data, é a comoção. minha mãe me acordou cantando parabéns e eu tinha passado a noite em insônia o coração saindo pela boca pensando em quanto se perde com o tempo e já lá se vão tantos anos que algo aconteceu, onze anos, eu não sei, não lembro o que era que me fez perder o sono.
haverá então parabéns, felicidades nessa tua vida parca, não dirão parca, eu é que ouvirei felicidades nessa tua vida tão cheia do contrário, do obtuso e do cinza. e os olhos se encherão de lágrimas porque eu sou uma criança mimada que não quer uma parte, eu sempre quero o todo, eu sempre quero que todo mundo que eu quero apareça nesse dia, mas eu não lembro de datas e não espero que lembrem. porém.

pensar no nome de quem se sente saudade e pensar que seria boa hora pra aparecer, onde anda isabel, professor ivo, chico, tanta gente que a gente deixa pra trás com os anos, não tem porque reencontrar, foram-se as palavras que deveríamos ter trocado enquanto era tempo e ficamos todos um pouco mais mudos com o passar dos dias.

há quantos anos e quantos mais. e quantos mais. e quantos anos mais se terá o prazer de sentir que o tempo passa. vê? não temos mais a idade que temos e como parece fácil e simples e por isso soa tão triste ver o tempo passar assim, sem pena, foda-se, que a gente não sabe mesmo o que fazer com o tempo que tem.

houve um tempo bem tempo atrás em que era tudo tão simples. hoje vai ter bolo, aquela coisa toda, gabriel me dará o abraço mais sincero do mundo e quantas lágrimas serão necessárias pra expressar o quanto uma criança - o quanto eu mesmo criança nele - pode fazer a gente feliz.

hoje vai ter bolo e toda aquela coisa de família, festa sofrida, a gente sorri porque deve. o amigo que resolver me salvar e aparecer para o bolo, que pelo menos leve um trago forte, por favor.

3 comentários:

Lou disse...

era jaggermeister aquela vez? se eu pudesse, eu levava. (:

nossa, verdade... tu e o edos caindo de moto. eu penso se o marcos já sabe. ahahahaha. 3 dias de loucura. (:

enfim. que a festa familiar seja um pouco menos ruim do que a gente sempre pensa que vai ser. fica bem. e feliz aniversário.

Rodrigo Oliveira disse...

O tempo passa, me parece, meio como o vento. meio caduco e desrregrado e a gente só percebe quando ele passa forte, ou rápido demais. e quando ele passa pela chama apagando a vela (e algo mais).

Tati P. disse...

esse comentário do rodrigo foi tão certo...

já ia avançado o dezembro naquele dois mil e hum já ia também naque le dois mil e vinte os dezembros se mpre têm disso: são somas de térm in...