Por uma poética que
leve em conta
mais acertos que
desenganos,
queiramos:
muito mais sul
do que norte,
muito mais luta
que sorte,
cores que vão
além da trinária
bandeira de
Estados Unidos.
Porque a vida
um dia acaba
e estamos mortos;
vivos, valemos
mais - juntos,
assim mesmo distintos,
assim mesmo tortos
- e latinos.
Porque a vida
se vive até que
se acabe -
mas a nossa
latinidade estará
sempre viva
como sobrevivem
feito ferida
os torturados,
os mutilados,
os esquecidos
e os desaparecidos.
3 de dez. de 2015
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