vi o homem deitado
no chão,
o rosto contra o
chão,
na pista direita
da BR 101
sentido sul,
sentido florianópolis.
vi o homem deitado,
iluminado por lâmpadas
de LED da polícia rodoviária
federal.
além, por cinquenta
metros
sacolas de supermercado
enfeitavam a rodovia.
teria ido às compras?
sacolas que enfeitavam
a autopista
como talvez ele tenha
enfeitado o pinheiro
no natal passado.
com seus filhos,
talvez.
com seus netos,
com os amigos que
tenha tido
e não reencontrará.
ali, na metade do
estado
pra quem vem do
rio grande do sul e
segue caminho pro
paraná.
o homem deitado
vestia bermudas e
trazia sacolas de
supermercado.
jazia ali,
atropelado,
não fazia nem
cinco minutos
que o mundo
para sempre
ignoraria
o contato de
seu rosto morto
contra a certeza
de um chão de
asfalto.
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