O reflexo da televisão
desenha nas paredes
um quarto colorido-infantil.
Nesta cama,
meu pai deita de lado
como eu-criança,
como ainda hoje
(a maneira certa de dormir).
A noite em claro
observando-lhe
as feridas;
seus olhos que
miram o teto
em silêncio
e gritam
analgesia ou morte!
Se governasse um país,
seria este seu grito
de independência.
Mas enquanto
governa apenas seu corpo,
aguardamos a celebrada
dose de dipirona
que costuma ser servida
perto das duas da manhã.
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