A Marcelo Pierotti
Não será a última despedida
- viver é um sempre despedir-se
mas admiro o cão
seus tumores de cão
seu cenho envelhecido
e me pego em perguntas retóricas
com o cão que conhecerá a morte
esta tarde
após uma anestesia e uma injeção
de sono eterno:
- Fomos felizes, não fomos?
O cão não fala.
Meu pai tampouco fala
e o silêncio é sempre espaço
para ilustres suposições.
- Fomos felizes, não fomos?
O que faz brilhar a tarde
é a humildade de uma
lágrima.
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