cápsula de zinco dentro
da qual mal conseguimos
nos mover - armadura
desconfortável, claustro
inafiançável: outono.
durante os dez minutos
de sol depois de tanto
chumbo carregado nas
costas eu segurei a cabeça
imóvel do epilético no
chão tão frio como o duro
chão das nossas casas.
eu teria que dizer: não
tive medo! pois não
tenho medo de mais nada
desde que dançamos abraçados
e nus nos corredores do
hospital, meu pai e eu.
então o homem parou de
espumar, o céu voltou a
escurecer, continuei a fumar
o cigarro que havia apagado
e limpei a espuma das mãos
nas calças úmidas
que não se sabe se
um dia voltarão a secar.
um dia voltarão a secar.
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