30 de mai. de 2017

não é mais céu mas uma
cápsula de zinco dentro
da qual mal conseguimos
nos mover - armadura
desconfortável, claustro
inafiançável: outono.

durante os dez minutos
de sol depois de tanto
chumbo carregado nas
costas eu segurei a cabeça
imóvel do epilético no
chão tão frio como o duro
chão das nossas casas.

eu teria que dizer: não
tive medo! pois não
tenho medo de mais nada
desde que dançamos abraçados
e nus nos corredores do
hospital, meu pai e eu.

então o homem parou de 
espumar, o céu voltou a 
escurecer, continuei a fumar
o cigarro que havia apagado 
e limpei a espuma das mãos 
nas calças úmidas

que não se sabe se
um dia voltarão a secar.



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