para Caio Augusto Leite
deitem-se os prédios
torçam-se os viadutos
diante do verde dos teus olhos
de mar
- amemo-nos, anêmona
(são tentáculos são abraços
e o calor no peito dos homens
que se acaloram)
a água não levará tua casa nunca mais
porque reforças as represas com palavras
são diques
são cisternas
são barragens
apenas o concreto ainda há de agredir
teus olhos enquanto o verde da mata
em volta não tomar também o centro
(onde vais trabalhar todos os dias)
(onde vais amar quem sabe um dia)
(onde nos encontramos apesar da paisagem)
saberemos que os passos dados
trilharam caminhos de armistício
quando for levantada a última bandeira
da última guerra acontecida
por isso caminho - bússola,
anêmona, norte, dilema que
se escreve com a sorte de
poder ser lido verde ainda
por teus olhos de mar
(tua esperança nos homens
está escrita. tua esperança
nos homens está escrita num
poema)
amemo-nos, anêmona
e o mundo que se exploda
mais pra lá.
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