25 de nov. de 2023

para Juliana Maffeis

me deixa nadar cachorrinho em paz
e eu nem te disse o que havia por trás
daquelas montanhas e mesmo quando
não demos pé e os salva-vidas ignoraram
cada segundo de nossa aflição foi tua mão
na minha e não sentimos frio quando
deixamos o mar

- viver faz esquentar -
 
tinha comida na geladeira e ainda tem
agora que sabes das paredes da minha casa
fica mais fácil dizer volta aqui dia desses
que temos tanto o que conversar
agora que conheces minhas gatas e as ruas
de que me guardo apesar de deixar o sol
fazer o que quiser de mim

me deixa nadar cachorrinho em paz
e agora temos uma história sobre o dia
em que quase morremos e as ondas não
deram trégua e a vida não dava trégua
e as coisas todas se empilhando para fogo
ser posto nelas enquanto a procura por
uma baía por um abraço fresco da água
para refrescar de tudo isso para nos limpar
de tudo isso

o dia em que quase morremos porque nos
esquecemos de que vaso ruim não quebra
e que há por diante mais do que os olhos
podem ver - tanto sol, tanto sol - e mais do
que os braços dão conta de abraçar porque
somente dois, porque apenas quatro.

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