25 de nov. de 2023

todo dia caio das sete quedas
que carlos cantou num poema
ressentido: os apagões dos
noventa mostraram que à toa
tanta destruição tanta malvadeza

primeiro caio de salto querido
embora nada ornamentado
procurando o fundo e acertando
a pedra

salto depois envolvido por um
amor paraguaio (te extraño,
querido) em papel celofane
e adereços diversos

caio também aos pedaços,
esquartejado por uma mulher
traída - se é dos homens,
eu também traio

outra vez, nadando descontraído
me deixo levar pela mesma corrente
que quase matou a mim e a juliana
numa praia de florianópolis

caio sorrindo

caio pensando em meu pai e seu
sorriso de poucos dentes, aquele
o verdadeiro sorriso

caio mas não caio, mergulho
já água por todos os lados, a bem
dizer fim do mundo, a bem dizer
fim das sete quedas

que conhecemos agora que itaipu
nos gera as ondas elétricas que
alimentam documentários tão mal
narrados em programas de televisão.

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