meu pai teve três carros velhos
: um dodginho cuja história desconheço
mas de onde tenho uma memória bonita
(de pé no banco traseiro, ligia me segurando
o vento soprando liberdade)
; uma variant verde-abacate onde primeiro
aprendi a manobrar
(e que o pai fazia subir calçada quando estava
de porre e insistia que podia dirigir)
; um fiat prêmio branco - ou quase - que a
doença o impediu de dirigir e que fazia
o roteiro casa-boteco, boteco-casa.
também teve uma bicicleta azul.
quando morreu, depositamos seu corpo
na caminhonete da funerária.
meu pai também teve três filhos
mas esse é outro assunto e/ou não cabe
neste poema.
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